Numa época em que se fala tanto em "crise", é oportuno rever esse conceito nas suas múltiplas formas, como nos surge nas grandes obras literárias. Sabemos que se trata de um fenómeno constante na História e na vida de todos nós, embora seja referido com maior pertinência neste nosso tempo de informação global e instantânea. As crises têm causas obscuras e consequências imprevisíveis, é possível que derrotem os mais fortes e deem alento aos mais fracos – ou vice-versa – que incentivem os criativos ou desmoralizem os impacientes; também podem arrasar economias, destruir comunidades, família e "egos" ou, pelo contrário, fazer ressuscitar forças desconhecidas e inexplicáveis. As crises são matéria de eleição da Literatura pelo seu carácter conflitual e potencial dramático e, neste ciclo de leituras, discutiremos o seu impacto político, social e psicológico no âmbito familiar (Doris Lessing) na confusão identitária (J.M. Coetzee), no processo do crescimento desde a infância (Luísa Costa Gomes) na luta pela sobrevivência (Joyce Carol Oates), no espaço conjugal (Jeffrey Eugenides), e como fonte de perturbação na meia-idade (Muriel Spark). Um bom pretexto para ainda melhores leituras.
15 de janeiro
O Sonho Mais Doce, Doris Lessing, ed. Presença
29 de janeiro
Verão, J.M. Coetzee, ed. Dom Quixote
12 de fevereiro
Cláudio e Constantino, Luísa Costa Gomes, ed. Dom Quixote
26 de fevereiro
A Filha do Coveiro, Joyce Carol Oates, ed. Sextante
12 de março
Enredo Conjugal, Jeffrey Eugenides, ed. Dom Quixote
26 de março
O Apogeu de Miss Jean Brodie, Muriel Spark, Ahab editores