A ideia do lugar não é habitualmente abordada na vida quotidiana. Mas os lugares são o suporte fundador da nossa experiência singular e coletiva. Falamos de lugares sobretudo quando nos referimos aos destinos que reservamos para o tempo livre. O turismo quase exauriu o significado fundador do lugar para o substituir por uma imagem de rápida apropriação. Uma imagem que exclui a participação ou o confronto. Os lugares que aqui se abordam podem fazer parte da vida quotidiana, dos caminhos diários dos outros. Estão muitas vezes distantes dos monumentos.
Sabemos de uma literatura de lugares que nunca existiram. Há outra, mais abundante, que os reinventou a partir da força da palavra. Mas não foi apenas a literatura que demonstrou essa capacidade de olhar e compreender os lugares, na sua vastidão e complexidade. A arquitetura, a disciplina transformadora dos lugares e das condições de vida, sempre recorreu a essa estratégia da experiência simultaneamente real e ficcional para retirar ideias de lugares longínquos e reinventar a cultura e a identidade desses novos lugares que propõe construir.
As quatro sessões abordam os lugares a partir de ideias sobre o banal, a repetição, o espaço público e a surpresa. São as fotografias o fio condutor do discurso. Imagens de um arquivo pessoal, que tem sido apresentado a propósito do trabalho de Ricardo Carvalho como arquiteto, e que inclui polaroids, fotografia analógica, digital e outras feitas com telemóveis. As quatro conferências abordam a arquitetura e a cultura contemporânea num percurso em quatro partes: O banal e o singular, Repetir nunca é repetir, Lugares públicos: empatia e fricção, Imprevisibilidade.
Ricardo Carvalho nasceu em Lisboa e é arquiteto. O trabalho do atelier Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitetos tem sido exposto e publicado internacionalmente. É Professor do Departamento de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa e diretor do mesmo desde 2013. Foi Professor nas Universidades do Brandemburgo, BTU Cottbus, Alemanha e de Navarra, Espanha. Escreve regularmente sobre arquitetura e coleciona livros de viagem.
7 de janeiro
O banal e o singular
14 de janeiro
Repetir nunca é repetir
21 de janeiro
Lugares públicos: empatia e fricção
28 de janeiro
Imprevisibilidade