Que operações faz um intérprete para dançar, verdadeiramente dançar? Mergulha no seu imaginário, tenta abandonar conhecimentos, educação, saber-fazer; aventura-se numa narrativa rítmica, corporal, numa narrativa de sensações. O que encontra nesse processo? A sua memória? O seu futuro? Os que o observam? Para abordar estes estados de dança, praticámos a hipnose e a telepatia; criámos um dispositivo de exposição e de aparição com caraterísticas simples, inventámos um país profundo. As danças que se oferecem umas a seguir às outras são na realidade uma mesma dança incessantemente reinventada. É assim, numa espécie de ritual coletivo que precisa da atenção e acompanhamento de cada um, que a dança pode incarnar-se e revelar o que está antes e depois das nossas expectativas.
Loïc Touzé
Loïc Touzé desenvolve a sua atividade a partir da estrutura artística ORO, em Nantes. Tem realizado numerosos projetos em colaboração com artistas do campo coreográfico, da música e das artes visuais. Criou, entre outras, Morceau, LOVE e La Chance. Codirigiu os Laboratoires d'Aubervilliers com Yvane Chapuis e François Piron. Coautor de Nos images com Mathilde Monnier e Tanguy Viel, e GOMME, com Yasmin Rahmani. Trabalhou com os acrobatas da Companhia XY. Criou Ô MONTAGNE em 2013 e FANFARE em 2015. A formação e a circulação da cultura coreográfica têm um lugar central no seu trabalho e ensina regularmente em França e no mundo (nomeadamente em Portugal, no PEPCC – programa de estudo, pesquisa e criação coreográfica, do Forum Dança).