Em muitos lugares de mim acontecem mudanças, testam-se os ventos e transitam-se estações. No meu corpo moram as minhas memórias de ontem e de amanhã, as minhas ideias brilhantes e as coisas que dão medo também. Desaguam nas minhas mãos as coisas que construí com os meus dedos e as pessoas em quem toquei. Nas minhas pernas estão desenhados grandes saltos e caminhos para todas as terras que hão-de vir. De Novo. Respiro ao mesmo tempo pelo nariz e pela boca. Agora só às vezes. Agora nenhuma! Ufffff… não dá! Às vezes apetece-me: De Novo! Sentir o espaço nos dedos polegares e no ponto mais a sul das omoplatas. Espera aí, onde é que isto é? Escrever os gestos, misturar leituras, voltar ao 0, deixar seguir. Cair de propósito, deslizar nos meus próprios ombros, andar em P, Q, R, S... X. Dizer palavras começadas por M e sem sílabas tónicas. Isso é que era! Beber um copo de água e ficar um herói nas contas de somar. De Novo. Tentar o vice e o versa e conseguir!
João de Brito e Yola Pinto