Lê Quan Ninh (Paris, 1961) é um fenomenal percussionista que se dedica à música erudita contemporânea, no sentido do amplo campo das formas modernas e pós-modernas que a vanguarda do século passado propôs, bem como um agente dinâmico no da livre improvisação, em que se estabeleceu como um aclamado solista e reputado colaborador em formações variáveis. Ninh começou a aprender piano aos 5 anos, tendo iniciado os estudos em percussão na adolescência. Aos 16 ingressou no Conservatório de Versailles, graduando-se com distinção, tendo desenvolvido um interesse paralelo em improvisação, cultivado em concertos em Paris e nos seus subúrbios. Depois do conservatório foi professor, atuou com diversas companhias de artes do palco e grupos de música contemporânea, perseverando na sua pesquisa de técnicas exploratórias, no contexto da música não escrita, para instrumentos de percussão. Em 1986 forma o Quatuor Hêlios, um ensemble de percussão que, até à sua extinção em 2012, estreou e levou à cena trabalhos de multimédia, fundindo percussão, teatro e novas tecnologias, interpretando e gravando, entre outros compositores, as peças para percussão de John Cage. Na década de 1990 um convite para um novo trabalho com música desenvolvida em computador leva-o a adensar o potencial interativo deste sistema, criando instalações, como 18h22, em colaboração com o matemático Philippe Besse, baseada na peça Vexations de Erik Satie. Como improvisador tem participado ao longo dos anos em inúmeros encontros na Europa e América do Norte e toca regularmente em formações que integram a música improvisada acústica e eletroacústica, com outras disciplinas como a arte performativa, a poesia, o cinema experimental, a fotografia e o vídeo. Tem uma vasta discografia em CD publicada em diversas editoras e lançou o ano passado o livro Improviser Librement. Abécédaire d'une experience.
Filho Único