Em discos como Rotina Impermanente, Samsara e Cérebro Estado Zero, bem como nos concertos que foi dando de Norte a Sul, Desidério Lázaro impôs-se como um dos mais cativantes saxofonistas em terras portuguesas. Senhor de um som de saxofone possante, cheio e redondo, na melhor tradição do tenor, tem sido capaz de igualar em inventividade e criatividade um invulgar domínio das técnicas do seu instrumento. Com o seu mais recente álbum, Subtractive Colors, completou os seus dotes como instrumentista com uma superior qualidade na composição, servida por uma multiplicidade de recursos, com diferentes ambientes e possibilidades de enredo. Jovem ainda, tornou-se num dos mais importantes músicos de jazz em atividade no País.
A formação que o acompanha é pouco usual, com três sopros, dois contrabaixos e uma bateria, associando uma visão contemporânea do jazz com influências que vão da música clássica contemporânea ao funk, à soul, ao hip-hop, ao rock e à pop, numa simbiose de estilos sempre com a sua marca de água, plena de ideias e personalidade. E se as composições são refinadas, as improvisações dos elementos do ensemble seguem a mesma exigência quando os temas dão lugar aos solos: a música levanta voo. Subtractive Colors, o novo projeto de Desidério Lázaro, é uma das melhores coisas que aconteceram ao jazz nacional na última década.