E assim, não só pelas suas naturais disposições, mas pela excelência da sua perpetuidade, [Lisboa] é digna de ser cabeça do Império de toda a Terra.
Luís Mendes de Vasconcelos, Do Sítio de Lisboa (1608)
Na sequência das grandes viagens de descobrimento, com a chegada a Lisboa dos produtos das mais desvairadas partes do mundo, Lisboa vive um tempo eufórico, bem sintetizado numa das palavras mais comuns em autores contemporâneos: as Grandezas. A cidade cresce desmesuradamente, como se percebe pelas novas freguesias criadas ao longo do século, bem como se instala um sentimento de ambição desmedida, em que Lisboa é projetada como eventual capital atlântica, a Rainha dos Mares, como lhe chama Francisco de Holanda.
Essa ambição vai traduzir‑se na reflexão sobre a cidade e os seus edifícios, levando à implementação de novos grandes projetos construtivos que introduzem uma nova escala arquitetónica na paisagem de Lisboa. Este processo vai ganhar a sua verdadeira dimensão no reinado de Filipe I (II), tendo como protagonistas D. Cristóvão de Moura e o arquiteto Baltazar Álvares.
É uma viagem sequencial neste período muito especial da história de Lisboa, do qual restam tantas marcas com que ainda lidamos dia-a-dia, que a Culturgest lhe propõe em quatro sessões.
Na sequência da graduação em História de Arte (UNL), José Sarmento de Matos dedicou-se ao estudo da Arquitetura Civil de Lisboa, alargando sucessivamente a pesquisa olisipográfica a outros campos da realidade urbana. Tem publicado vários títulos sobre a evolução histórica da cidade e participado em cursos e colóquios sobre temas lisboetas.
11 de janeiro
– A Cidade dos Descobrimentos, a criação da Ideia da Capital Atlântica da Europa
– O crescimento Urbano, as novas freguesias
– Os textos sobre Lisboa:
O Sumário de Cristóvão Rodrigues de Oliveira
A Descrição de Lisboa, de Damião de Góis
18 de janeiro
– Francisco de Holanda e Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa
25 de janeiro
– O paço da Ribeira e o palácio do Corte-Real
– A Nova Escala Arquitetónica: São Vicente de Fora, Santo Antão-o-Novo, Santos-o-Novo, São Bento, O Desterro
1 de fevereiro
– A Nova Escala Arquitetónica: São Vicente de Fora, Santo Antão-o-Novo, Santos-o-Novo, São Bento, O Desterro (cont.)
– Do Sítio de Lisboa, de Luís Mendes de Vasconcelos
– O Livro das Grandezas de Lisboa, de Frei Nicolau de Oliveira
– Os poemas: Gabriel Pereira de Castro e António de Sousa de Macedo
– Conclusão
After the great voyages of discovery, with the arrival of products from the most far-flung parts of the world, Lisbon experienced a period of euphoria, summed up by contemporary authors in one word: Grandeur. The city grew enormously, filled with huge ambitions and plans to make Lisbon the Atlantic capital, the Queen of the Seas, in the words of Francisco de Holanda.
Such ambition was reflected in the implementation of grandiose architectural projects, particularly in the reign of Philip I (II). Culturgest will take a look at this special period in Lisbon's history in four separate sessions.