São dois espetáculos numa semana: o escritor e encenador americano Richard Maxwell vem pela primeira vez a Portugal com o seu teatro direto e lacunar, feito de situações reconhecíveis e depuradas onde a emoção brota da neutralidade dos atores. Dele diz o New York Times que é "talvez o maior autor americano experimental da sua geração".
Peça para três atores e três músicos, The Evening é a primeira prestação de um tríptico inspirado na Divina Comédia, mapeando uma viagem através de paisagens, em direção à redenção. Esta obra elegíaca e musical pega em três arquétipos: um lutador, um manager corrupto e uma prostituta, que se confrontam e se tiram as medidas numa tasca remota.
A morte do pai de Richard Maxwell ocorreu durante a escrita e ensaios da peça, que veio a incluir um prólogo tirado dos diários que ele manteve durante os últimos dias do pai: "Insistia em tentar escrever enquanto o meu pai morria. Enquanto escrevia, sentia cada vez mais que era eu quem estava a ser escrito. Na verdade, a sensação era a de ser desescrito, e sem forma."
Maxwell, artista de teatro que alcançou feitos espantosos, produziu uma história terna e cativante de amor e abandono.
Jennifer Krasinski, Artforum, 25 de março de 2015
A bela peça nova de Richard Maxwell (…) como definição de teatro não está nada mal, enquanto um momento de luz na escuridão perpétua.
Ben Brantley, The New York Times, 17 de março de 2015