O Jazz não é uma música em si mas uma maneira de se fazer música.
Willis Conover
O disco Absence trouxe claramente à discografia portuguesa um som diferente. Em primeiro lugar na atitude determinada de guardar o maior silêncio possível dentro do som produzido obrigando a uma disciplina inédita do coletivo. Terá sido também essa disciplina e a vontade de partilha da generosidade que conquistou o coração de tantos portugueses que escutaram o Absence e o transformaram num dos discos de jazz mais vendidos dos últimos anos em Portugal.
Carlos Martins, o novo disco que será editado neste dia, com outras nuances, é a continuação do Absence, como um segundo volume mais alegre e quente, tocando uma inquietação calma inspirada ainda numa incerta nostalgia, sentindo o pulso do ambiente que vivemos aqui e no mundo. É também fruto do natural desenvolvimento da música, dentro de um sistema permeável como é o Quarteto, em contacto com o público nos concertos feitos entretanto, em performances iluminadas que se afastaram ligeiramente do som inicial. Não por coincidência o último concerto feito na Culturgest, realizado também num dia 12 de fevereiro, foi um momento de celebração do CD Água ainda com as cores do piano de Sassetti... Teremos outras cores e algumas surpresas.