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2016


CONFERÊNCIAS
Não te esqueças de viver!
com Maria Filomena Molder
destaque
Fotografia de Jorge Molder da série O suave fazer de preto e branco, 1982/85 (pormenor)VER IMAGEM
SEGUNDAS-FEIRAS
8, 15, 22 E 29 DE FEVEREIRO
Grande Auditório
18h30 · Entrada gratuita
Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início da sessão, no limite dos lugares disponíveis. Máximo: 2 senhas por pessoa.
Informações
Bilheteira Culturgest
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
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Não te esqueças de viver é o título da última obra (2008) de Pierre Hadot. O seu subtítulo – Goethe e a tradição dos exercícios espirituais – servirá de guia a estas quatro conferências. Cada uma delas pretende ser o desenvolvimento de alguns exercícios espirituais, inscrevendo-se na tradição referida por Hadot, mas também acrescentando variantes ou mesmo novos exercícios.

 

No seu ensaio Da Fisionomia, Montaigne comenta a frase de Cícero: a vida inteira dos filósofos é um estudo da morte, nestes termos: «Mas sou da opinião de que [a morte] é o fim, mas não a finalidade da vida; é o seu fim, a sua extremidade, não porém o seu objecto. A vida deve ser para si mesma o seu objectivo, o seu desígnio [...]».

 

Aqui, estamos na última página do texto "Mors certa hora incerta", capítulo da derradeira obra de Fernando Gil, Acentos (2005), na qual, contrariando as evidências da racionalidade moderna, a contingência da vida humana com o seu cortejo de incertezas, a vida irrepetível, é celebrada pela atenção a formas decisivas do agir humano, como sejam, crer e confiar, traçando o movimento que vai de se perceber agarrado à vida até à aceitação da vida, que inclui a experiência da saudade daquilo que é perecível, na qual culmina a aceitação.

Esse movimento é uma forma de heroísmo que surpreendemos nos autores que nos vão ocupar, Fernando Gil e Pierre Hadot / Goethe, a que se associam Alain, Nietzsche, Wittgenstein, Emerson, Montaigne. Sá de Miranda, Joaquim Manuel Magalhães e Agustina providenciam as fontes poéticas.

 

Maria Filomena Molder é professora catedrática aposentada, FCSH, UNL. Últimas publicações: Símbolo, Analogia e Afinidade, Vendaval, 2009. O Químico e o Alquimista. Benjamin, Leitor de Baudelaire, Relógio d'Água, 2011 – Prémio Pen-Club 2012 para Ensaio. As Nuvens e o Vaso Sagrado, Relógio d'Água, 2014.

 

 

8 de fevereiro

"Ó cousas tão vãs, tão mudaves, / Qual é tal coração qu'em vós confia?"

 

 

 

15 de fevereiro

"Primeiro: continuar. Segundo: começar".

 

 

 

22 de fevereiro

"Caminha melhor quem menos coisas transporta"

 

 

 

29 de fevereiro

"Não te esqueças de viver!"

 

Do not Forget to Live was the title of Pierre Hadot's last work (2008). Its subtitle – Goethe and Tradition of Spiritual Exercises – will be the guide for these four talks, each of which is designed to be the development of certain spiritual exercises, belonging to Hadot's tradition, but also adding some variants or new exercises. We find ourselves on the last page of Fernando Gil's "Mors certa hora incerta", celebrating the unrepeatability of human life through acts such as believing and trusting. This movement is a form of heroism that we will find in the many different authors studied here.