Kassé Mady Diabaté pertence à família dos griots mais reputada do país mandinga. O Império Mandinga remonta ao século XIII e a música, e os griots que a praticavam ao mesmo tempo que transmitiam as memórias ancestrais, foram muito importantes para a coesão desse vasto reino da África Ocidental.
Kassé, com sete anos, por causa da qualidade da sua voz, foi considerado pelos mais velhos como o herdeiro, a reencarnação, do seu avô "Jeli Fama" ("O Grande Griot"). A sua carreira já tem 50 anos, esteve em todos os projetos musicais mais inovadores do Mali. Uma extensa discografia testemunha-o. Salif Keita proclamou-o "o maior cantor do Mali".
O concerto de hoje começou na amizade entre o violoncelista francês Vincent Segal e o tocador de corá Ballaké Sissoko. O duo gravou dois CDs afamados. Esteve na Fundação Gulbenkian em janeiro de 2011 e continua a apresentar-se em todo o mundo.
Admiradores, há muito, de Kassé Mady, os dois músicos sonhavam com um projeto em que o cantor fosse o personagem principal. Juntaram mais dois solistas tocadores de instrumentos tradicionais (n'goni e balafon), amigos de infância e herdeiros de grandes linhagens de músicos, e gravaram Kiriké, um álbum onde estes músicos excecionais dão largas à sua arte. O "homem com voz de veludo" reinventa-se. Como um velho camponês que resmunga no extremo do seu pedaço de terra.
O concerto é baseado nesse CD, muito apreciado pela crítica (a revista Songlines, especializada em música do mundo, escolheu-o como álbum do ano de 2014). Mas sem a presença do violoncelista francês.