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2016


JAZZ
The Heat Death
Ciclo "Isto é Jazz?" · Comissário: Pedro Costa
destaque
© Lars Jönsson (pormenor)VER IMAGEM
QUI 19 DE MAIO
Pequeno Auditório
21h30 · Duração: 1h
5€ (preço único)
M6
Informações
Bilheteira Culturgest
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
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Saxofone tenor e clarinete Kjetil Møster Saxofone alto e flauta Martin Küchen Trombone Mats Aleklint Contrabaixo Ola Høyer Bateria Dag Erik Knedal Andersen
A cena escandinava é uma incessante incubadora de projetos. E se em muitos deles voltamos a encontrar os mesmos músicos que integram outros grupos já em rodagem, temos a certeza à partida de que cada novo investimento vem acrescentar algo mais, algo de diferente, ao que já se ouviu. É o caso de The Heat Death, quinteto que reúne algumas das figuras chave da música criativa que vai emanando dos cruzados circuitos do Norte da Europa. Apresenta-se como uma formação de música improvisada com um toque de jazz, mas se a definição pode significar muitas coisas, o que ouvimos é literal. Não há composições nem estruturas definidas, num tipo de efervescência expressiva sem condicionantes formais, e quando o dito jazz acontece é como se uma nuvem desse cor à paisagem que temos diante de nós sem a determinar, mas influenciando a nossa perceção. Não tem corpo definido e muda sub-repticiamente ao sabor do vento, mas passa sobre as nossas cabeças e muda o que vemos drasticamente. As fluidas metamorfoses dos sopros ganham um contorno com os padrões rítmicos do contrabaixo e da bateria, e de repente parece-nos ouvir uma "jazz band" nigeriana ou algo que poderia ter nascido da imaginação de Eric Dolphy ou de Ornette Coleman, para tudo imediatamente a seguir se desvanecer e algo de distinto surgir no seu lugar. Ou seja, "música improvisada com um toque de jazz" quer dizer neste caso que nascem composições espontâneas do caos, que a ordem irrompe da aparente desordem, fragilidade e energia consistindo num e no mesmo fator. Só grandes músicos têm a capacidade de o conseguir.
The Scandinavian music scene is full of projects, all offering something different from before. This is the case with The Heat Death, a quintet who present themselves as players of improvised music with a touch of jazz and without any pre-defined compositions or structures. They are like a cloud blowing in the wind, passing over our heads and drastically changing what we see, with the fluid metamorphoses of the wind instruments backed by the rhythmic patterns of bass and drums. Spontaneous compositions born from chaos, imposing order on apparent disorder. Only great musicians can do this.