Com tempo pensa-se melhor. Com tempo valorizamos o que temos. Com tempo não precisamos de grandes eventos. Basta-nos o raro luxo de continuarmos juntos, ao longo do tempo, a salvo das urgências do novo. Com tempo ocupam-se as crianças – tal como os adultos – com criações e propostas partilhadas. Com tempo, olhamos para trás, corrigimos erros e valorizamos o que fizemos bem.
É com esse tempo, tão raro, que revisitamos a programação do serviço educativo. Recuperando muito do que aqui se fez em 2015, às vezes sem tempo, para agora – a seu tempo – dar a quem quiser ver de novo (sem com isso ser novo), a quem quiser ver melhor ou a quem não teve tempo para ver.
Contrariando, talvez, o espírito do nosso tempo, nesta tarde não propomos atividades novas. Ao invés (mas como sempre), propomos uma tarde em torno das artes contemporâneas, ou seja, das artes do nosso tempo. Nesta tarde, recuperaremos algumas das propostas e espetáculos desenvolvidos em trimestres anteriores, reutilizaremos as lonas de divulgação mensal da nossa fachada, anteciparemos espetáculos e oficinas, acarinhando-os em cabanas e espaços habitáveis desenhados por todos e misturando-lhes a nossa habitual dose de boa disposição e proximidade. Esperamos rever-nos por lá, esperamos que haja bom tempo.
Programa
RECRIA(R)TE
Oficina de expressões artísticas
Durante toda a tarde
Com Patrícia Freire
A partir da síntese de 6 oficinas homónimas realizadas entre setembro de 2015 e março de 2016.
Nestas oficinas vamos refletir sobre o que nos rodeia e nos contamina, germinar pequenos momentos do quotidiano com os grandes temas de arte contemporânea e ver crescer as grandes espécies que crescem nesta estufa criativa. O som que paira ao nosso redor serve de suporte na criação artística? Que impacto têm as ações de improviso na obra de arte? Que tonalidades podemos recriar com os objetos que usamos todos os dias? Um momento para olhar com perspicácia de artista e ver crescer arte em pequenos nadas.
HABITÁCULOS
Oficina de construção
Durante toda a tarde
Com Ana Teresa Magalhães
Reposição das oficinas realizadas no verão de 2014.
Habitáculos é uma atividade ao ar livre que propõe explorar a ideia de abrigo, habitação e acolhimento. Inspirada em artistas que trabalham este tema e em técnicas de construção tradicionais, esta oficina explora a criação plástica tridimensional onde será abordado o confronto entre a importância do abrigo (que pode ou não ser habitado) e a vida contemporânea. Entre o fazer e o estar, onde existe espaço para mim? Porque não são as paredes do mesmo sabor que o chão? O que se encontra entre nós e o material? Partiremos numa viagem poética e sensorial de construção do nosso próprio habitáculo.
EPICENTRO
Oficina para pais e bebés
Durante toda a tarde
Com Nuno Figueira, Rita Sales e Susana Alves
A partir da síntese de 7 oficinas homónimas realizadas entre novembro de 2015 e maio de 2016.
Desejámos apresentar o mundo das artes aos mais novos. Para tal, decidimos criar uma série de instalações ou ambientes de luz, som, imagem e nos quais temos também a presença e a interação dos artistas. Para que os novos no mundo possam ser os novos na arte, sentimos vontade de lhes apresentar as nossas artes (ainda enquanto são novas) e como as vemos e queremos partilhar. Neste conjunto de propostas mensais, não pretendemos esgotar o mundo das artes, nem superar o mundo da educação, mas antes ensaiar uma alternativa de mundo, uma que só as artes possam propor e que, em igualdade de disponibilidade, só a primeira infância possa abraçar.
MANTA COLABORATIVA
Oficina de construção de uma manta de retalhos
Durante toda a tarde
Com o grupo de jovens Pedimos desculpa pelo incómodo causado
A partir da proposta lançada por Teresa Eça para o encerramento da 3.ª edição do curso de formação de professores Arte contemporânea como inspiração para a sala de aula.
ALFA E IATE
Oficina de ilustração
Sessões: 15h e 16h30
Com Inês Pardal e Irina Raimundo
A partir do espetáculo homónimo apresentado em novembro de 2015.
O Alfa e o Iate são dois experientes alfaiates, que têm a particularidade de viver nas cabeças dos escritores e ilustradores de histórias. São eles que os ajudam a costurar histórias e imagens quando lhes falta a imaginação. O Alfa e o Iate vão nos dar histórias a metro para pudermos desenrolar histórias sem fim. Que tipo de histórias pode guardar um carrinho de linhas? Uma tesoura de alfaiate consegue cortar uma história no sítio certo? Quantos metros pode medir uma História? Será que há histórias de um centímetro? Que modelo pode ter um livro? Para estas e outras questões os nossos alfaiates terão resposta na ponta da agulha!
CRASSH STYLE
Oficina de percussão
Sessões: 15h e 16h30
Com Bruno Estima
Oficina de percussão inspirada no conceito Crashh.
ANIMA-TE A TI MESMO!… E À TUA FAMÍLIA
Oficina de stopmotion
Sessões: 15h30 e 16h45
Com Nuno Bernardo e Patrícia Gomes
A partir das oficinas realizadas em abril e maio de 2016 durante o IndieJúnior.
Vamos deitar-nos numa manta, relaxar e inventar atores animados. A nossa história é como um sonhar acordado que parte da imaginação para se lançar numa aventura a duas dimensões. Em família somos uma equipa de rodagem cheia de pinta, ideias e com muitas estrelas.
ILUSÕES DE PAPEL
Oficina de cinema em papel
Sessões: 15h30 e 16h45
Com Joana Barros, Nuno Bernardo e Patrícia Freire
A partir do espetáculo homónimo apresentado em novembro de 2015.
Ilusões de Papel é uma metáfora da Vida: começa na horizontal, passa para a vertical e entra-nos pelos olhos a dentro. Na horizontal, como um bebé que ainda não anda, estão os nossos desenhos. À medida que vão crescendo e multiplicando-se começam a ganhar força nas pernas para andar (mas primeiro ainda gatinham...). Quando menos esperamos, erguem-se e nunca mais param. Planos antecedem e sucedem outros planos… os da vida e os da nossa estória. Umas vezes mais transparentes do que outras... E tal como a vida esperaremos que o Ilusões de Papel ganhe asas para voar. De fora desta sala para dentro da vossa imaginação...
JARDIM-POEMA
Performance participativa
Sessão única às 16h
Com Ana Teresa Magalhães e Sílvia Moreira
Descobrir poesia no jardim e jardins na poesia é a proposta. Este projeto artístico convoca a natureza e a produção poética de escritores portugueses através de um percurso pelo espaço ajardinado onde é explorada a sua história, o seu projeto arquitetónico, a flora e a fauna que nele habitam. Em tom de tertúlia, serão lidos poemas que se relacionam com o cenário envolvente e com as experiências vividas em cada paragem. Convida-se a sentir e a conhecer o jardim, as suas plantas, cores, os seus cheiros, as texturas, os sons, juntando à perceção poemas que refletem essas mesmas sensações e vivências. A segunda parte deste encontro terá um carácter oficinal. Cada participante criará um pequeno jardim portátil onde serão semeadas ou transplantadas espécimes de plantas. Os poemas lidos durante o percurso servirão de matéria-prima: cortados, recortados e montados criativamente, transformam-se em novas criações poéticas que farão parte destes pequenos jardins, como ramagens, folhagens ou sinaléticas. Após o processo de jardinar plantas e palavras, cada participante levará consigo o seu recém-criado objeto poemático e um caderno com os poemas explorados, notas e cuidados a ter para a manutenção do Jardim-Poema.
CRASSH DUO
Concerto
Sessão única às 17h30
Com Micael Lourenço e Luís Carcoleiro
Vencedor de vários prémios nacionais e recentemente vencedor do Prémio "Público" no Festival Internacional de Teatro de Castilla e Lyon, Espanha. Para CRASSH a música é uma constante quotidiana presente em tudo, das botas aos baldes, dos tubos aos capacetes… tudo é motivo e base para o movimento e para o som. Onde a voz é sempre em CRASSHonês, e entre melodias conhecidas e originais crasshianos, o público é servido por uma energia contagiante, uma representação energética e um humor a toda a prova, num espetáculo para todos.
O MEDO E A CORAGEM
Concerto de encerramento
Sessão única às 18h
Com SÁ
A partir de alguns dos temas do espetáculo O Medo e a Coragem (de Nuno Figueira, Sara Barros Leitão e Sá), apresentado em março de 2016, este concerto de encerramento acontece sobre uma manta de retalhos construída ao longo da tarde.