Em 2006, Faustin Linyekula prestou homenagem ao seu amigo Antoine Vumilia Muhindo, um escritor e preso político em Kinshasa, condenado à morte. The Dialogue Series: III. Dinozord era um retrato doloroso da história de Kisangani, onde Faustin cresceu, uma cidade que sofreu grandemente com os conflitos entre 1997 e 2002. A peça contava a história dos seus amigos de infância. Faustin Linyekula decidiu voltar em 2012 ao trabalho que dedicou a Vumilia, cujas circunstâncias mudaram entretanto significativamente, pois conseguiu fugir, exilou-se na Suécia e está em cena nesta nova peça. A situação no Congo mudou também mas não se tornou de modo algum mais fácil. Sur les traces de Dinozord prossegue a reflexão com os mesmos artistas, incluindo o bailarino Dinozord e o contratenor Serge Kakudji, e com as mesmas perguntas prementes que Faustin fez às pessoas na ruas e nos campos em 2006: que é feito dos vossos sonhos no Congo devastado pela guerra?
Faustin Linyekula nasceu em 1974 no antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo. O seu percurso integra uma dezena de criações que foram apresentadas no mundo inteiro, incluindo colaborações com a Comédie-Française, o coreógrafo Raimund Hoghe e o Ballet de Lorraine. Em 2001 fundou os Studios Kabako em Kinshasa, transferindo-os em 2006 para Kisangani, a cidade onde cresceu. Os Studios Kabako organizam oficinas, gerem um estúdio de gravação, recebem artistas em residência, organizam espetáculos e concertos nos bairros populares de Kisangani e produzem as obras de Faustin e de muitos artistas congoleses.