SEX 2, SÁB 3 DEZEMBRO
Garagem da Culturgest
21h30 · Duração: 1h
18€ · Jovens até aos 30 anos e desempregados: 5€
M12
Neste espetáculo não há lugares sentados e o público pode deslocar-se no espaço cénico.
Folha de sala (pdf)
Musée de la danse/Centre chorégraphique national de Rennes et de Bretagne – Direção Boris Charmatz. Associação subsidiada por: Ministère de la Culture et de la Communication (Direction Régionale des Affaires Culturelles, Bretagne), la Ville de Rennes, le Conseil régional de Bretagne e le Conseil général d'Ille-et-Vilaine. www.museedeladanse.org
Coreografia Boris Charmatz Interpretação Or Avishay, Matthieu Barbin, Nuno Bizarro, Ashley Chen, Olga Dukhovnaya, Alina Bilokon, Julien Gallée-Ferré, Christophe Ives, Maud Le Pladec, Filipe Lourenço, Mark Lorimer, Mani Mungai, Marlène Saldana Desenho de luz Yves Godin Som Olivier Renouf Materiais sonoros The Kills, Animal Collective, Daniel Johnston, Aesop Rock, Sexy Sushi, Arcangelo Corelli, Ludwig van Beethoven, Josquin des Prez, Morton Feldman, György Ligeti Texto Le bonhomme de merde in L'Enregistré, Christophe Tarkos Produção executiva Sandra Neuveut, Martina Hochmuth, Amélie-Anne Chapelain Produção Musée de la danse / Centre chorégraphique national de Rennes et de Bretagne Coprodução Ruhrtriennale – International Festival of the Arts, Théâtre National de Bretagne-Rennes, Théâtre de la Ville et Festival d'Automne à Paris, steirischer herbst-Graz, Holland Festival-Amsterdam, Kunstenfestivaldesarts-Bruxelles, Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main
A dança inventou a anorexia. Os maratonistas comem enquanto correm. Os prisioneiros fazem greve da fome. O ritual da refeição tende a desaparecer. Uma criança come a dançar. Danço de boca cheia. Tu comes deitado. Ela dorme em pé. Digerimos as informações. Levantamos a mesa e as cadeiras e a toalha. Imaginamos uma espécie de repasto em movimento, comemos tudo, comemos de tudo, todo o tempo. Somos uma orquestra em movimento, autoalimentada. A longa cadeia alimentar passa aceleradamente de braço em braço, a comida desaparece finalmente nos corpos. Há sempre alguma coisa a aproveitar dos restos. O cenário torna-se invisível, foi lambido até desparecer. Coreografia dos sucos. A coreografia das pessoas torna-se também na coreografia dos alimentos que atravessam o espaço e o corpo por dentro. O essencial desapareceu goela abaixo. Não queremos morrer sufocados. Engolimos a mensagem sem a ler. Engolimos a realidade. Digerimos os conflitos. Eles comem em sentido lato. A realidade devorada.
Boris Charmatz, Notas (excertos)
Dance invented anorexia. Athletes eat and run. Prisoners go on hunger strike. Meal time rituals are disappearing. A child eats and dances. I dance with my mouth full, you eat lying down, she sleeps standing up. We digest information. Let's clear the table, imagine a repast in movement, eating everything. An orchestra in movement, feeding ourselves. People and food passing through the space and body. The essence is gulped down. We swallow the message without reading, swallow reality, digest conflict. They eat in a broad sense. Reality devoured.