Susana Santos Silva é, desde há pelo menos meia década, um caso realmente sério do jazz nacional, contando com um percurso vertiginosamente ascendente que a afirma como uma das figuras de proa do cada vez mais vivo jazz na cidade do Porto, em particular através da editora e associação Porta-Jazz, da qual é um dos fundadores, ou da Orquestra de Jazz de Matosinhos. É, no entanto, pela sua afirmação internacional (como tantas vezes sucede) que as atenções dentro de portas têm ganho maior dimensão – em particular pela sua colaboração próxima com o contrabaixista sueco Torbjorn Zetterberg ou com a prodigiosa pianista eslovena Kaja Draksler, com os quais gravou alguns dos mais belos discos em formato duo saídos do panorama europeu nos últimos anos.
Nesta edição do Rescaldo apresenta-se naquela que será a sua primeira atuação pública a solo, na primeira vez que o festival se desloca até ao Panteão Nacional, local cuja acústica inimitável promete constituir-se como parceiro ideal para o sopro magnético e exploratório da versátil trompetista.