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2017


MÚSICA FESTIVAL RESCALDO
Live Low / JEJUNO / David Maranha + Paal Nilssen-Love
 
destaque
© Tiago Frois (pormenor) © Maria Reis (pormenor)© David Gueniot (pormenor)© Ziga Koritnik (pormenor)VER IMAGENS
SEX 17 FEVEREIRO
Garagem Culturgest
21h30 · Duração: 2h
6€ (preço único)
M6
Informações e reservas
Bilheteira Culturgest
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
Ticketline
Reservas e informações:
1820 (24 horas)
Pontos de venda: Agências Abreu, Galeria Comercial Campo Pequeno, Casino Lisboa, C.C. Dolce Vita, El Corte Inglés, Fnac, Megarede, Worten e www.ticketline.sapo.pt
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Live Low
Voz Ece Canli Guitarra elétrica Gonçalo Duarte Baixo elétrico Miguel Ramos Eletrónica Pedro Augusto
A pouco e pouco – e finalmente – o vasto campo a que podemos chamar de música moderna portuguesa (quer seja pop, rock, jazz ou marcadamente experimental) tem vindo a abraçar sem complexos uma ideia de "portugalidade" que extravasa o olhar distante, irónico e inadequadamente kitsch a que as referências ao cancioneiro tradicional pareciam ser irremediavelmente condenadas. Os Live Low, notável quarteto portuense que presta um contributo mais a esta descomplexificação em curso com o seu primeiro longa-duração Toada (2016), levam o ouvinte numa jornada de sol a sol por um imaginário rural, contemplativo e ascético, com baixo e guitarra a pincelar ecos do bom post-rock do princípio do século (via Tortoise ou Labradford), e a voz de Ece Canli a surgir, por entre um quadro predominantemente instrumental, como um pilar extra de placidez e melodia, em particular em Lembra-me um sonho lindo, revisitação particularmente feliz do original de Fausto Bordalo Dias.
JEJUNO
Eletrónicas Sara Rafael

Jejuno é o nom-de-guerre de Sara Rafael, fotógrafa e artista plástica de Lisboa que tem vindo, no último par de anos, a dar a conhecer a sua dimensão de autora sonora, inserida num universo em louvável expansão de criadoras (assim mesmo, no feminino – lembremo-nos, por exemplo, de Raw Forest, Bleid ou da compilação lançada em 2016 pela editora Labareda) que fazem dos sintetizadores digitais ou analógicos portal para uma exploração profunda de um certo psicadelismo noir tangencial às pistas de dança.

O primeiro lançamento, homónimo, de Jejuno, também no passado ano, revela uma notável condução de impulsos e estímulos, erigindo, a partir da transmutação de uma palete sonora de monocromatismos que parecem autoimpostos, peças plenas de movimentos internos, de portos de chegada e de lançamentos elétricos rumo ao desconhecido.

David Maranha + Paal Nilssen-Love
Teclados David Maranha Bateria Paal Nilssen-Love

Primeiro encontro em palco de dois músicos que constituem reconhecidas referências das músicas experimentais nos seus respetivos países: Paal Nilssen-Love, norueguês, é um dos mais ativos percussionistas do jazz livre europeu e um ponta de lança de saudáveis miscigenações entre músicos europeus e norte-americanos nos recentes anos, bem como de múltiplas dinamitações de barreiras entre estilos e abordagens (recordamos o seu trabalho frequente com artistas de linhagens bem distantes do jazz, como sejam Lasse Marhaug ou Terrie Ex).

David Maranha, por outro lado, continua a ser reverenciado como fundador dos Osso Exótico, formação pioneira na transgressão de fronteiras musicais em Portugal, mas também pela constância e riqueza de um percurso de mais de duas décadas em que a sua linguagem se tem tornado a cada momento mais própria e imediatamente reconhecível, seja no seu trabalho a solo, seja nas formações que tem vindo a liderar ou nas inúmeras colaborações que tem vindo a desenvolver – algumas delas com percussionistas do calibre de Will Guthrie, Gabriel Ferrandini ou Z'ev, nas quais poderemos, talvez, encontrar pistas para o que esperar deste encontro com Nilssen-Love.