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2017


MÚSICA
Amélia Muge
e Filipe Raposo
Com o passo das árvores
destaque
(pormenor)VER IMAGEM
QUI 8 JUNHO
Grande Auditório
21h30 · Duração: 1h25
15€ · Jovens até aos 30 anos
e desempregados: 5€
M6
Informações e reservas
Bilheteira Culturgest
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
Ticketline
Reservas e informações:
1820 (24 horas)
Pontos de venda: Agências Abreu, Galeria Comercial Campo Pequeno, Casino Lisboa, C.C. Dolce Vita, El Corte Inglés, Fnac, Megarede, Worten e www.ticketline.sapo.pt
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Voz, braguesa, percussão, imagem Amélia Muge Piano preparado, acordeão Filipe Raposo Captação sonora e interação instrumental José Martins Projeção de imagens José Martins Ambientes luminosos, cenário Manuel Mendonça Coprodução José Martins Produção Culturgest / UGURU

Sempre me fascinaram os pés das árvores. Alguns, são quase um pé perfeito. As árvores andam. A sua forma de andar é ramificando, ramificando sempre, para cima e para baixo. Raiz ou ramo, ramo ou folha, numa simetria irregular, mais aberta ou mais fechada, no seu ramificar é que está a possibilidade de respirar.

Encontro nessa imagem de ramificação o equivalente ao pulmão. Ao cérebro. Ramificar, respirar, é uma forma de andar. É comunicar, diversificar, processar a informação vivida.

Este concerto, concebido especialmente para esta casa do mundo (uma árvore frondosa) tem nestas imagens metafóricas do contacto e da troca, do diversificar para respirar, o seu motivo de inspiração e ponto de partida. O que vos trago é um conjunto de canções que vão abrindo novos ramos de contacto e que crescem no momento exato em que se combinam umas com as outras.

Canções que evocam Bach a partir de um poema de Blake; olham o Tejo e pensam nas viagens de Drummond de Andrade; ligam as serras do norte às serras do sul; põem o gato da rua, de Pessoa, a brincar com a minha gata; evocam memórias de infância, enquanto a chuva cai...

Junto com a sobriedade do piano de Filipe Raposo, samplers sonoros reagirão em palco a esse ramificar de ideias, palavras e música.

Na sua sombra estaremos nós, os que lá estivermos, combinando raiz – tempo e mistério – com um tronco de presenças, criando novas copas de inquietação e descoberta de uma seiva comum.

Um concerto de homenagem a tudo quanto sendo único e irrepetível, cria raízes e move-se, com o passo das árvores.

Amélia Muge

I'm fascinated by trees' feet. Trees walk – by branching out, up, down – roots, branches, leaves, in an irregular symmetry, letting them breathe. Branching, breathing, walking, communicating, diversifying, processing information. This is the inspiration for our concert: we bring you a set of songs that branch out and grow by combining with the others. Songs evoking Bach from a poem by Blake; looking at the Tagus and thinking of Drummond de Andrade's travels; mountains; Pessoa's cat; childhood memories; rain. Ideas, words and music, sound samplers mixed with Filipe Raposo's sober piano.

Amélia Muge