Em 1965, a editora norte-americana Phyllis Johnson, de férias em Aspen, no Colorado, decidiu iniciar um novo projeto editorial. Tratava-se de uma revista dedicada à atualidade, uma espécie de termómetro do seu tempo, desenhada de uma forma radicalmente original: cada número consistia numa caixa que continha textos, cartazes, postais, discos com gravações sonoras ou mesmo filmes em super 8mm. Cada número da revista (foram publicados dez) tinha um editor e designer diferentes. Nas palavras de Phyllis Johnson, a "Aspen deveria ser uma cápsula do tempo de um certo período, ponto de vista ou pessoa". Foi isso mesmo que aconteceu, sobretudo a partir do número 3, editado por Andy Warhol e David Dalton, destacando-se os números dedicados a Marshal MacLuhan, à cena de performance nova-iorquina, ao Minimalismo ou ao movimento Fluxus. As colaborações de George Maciunas, Dan Graham, Brian O'Doherty, William Burroughs, Merce Cunningham, entre muitos outros, fazem da Aspen o fresco de uma época, mas também uma extraordinária aventura editorial.
A exposição coloca a revista em contexto, apresentando os 10 números publicados entre 1965 e 1971, para além de muita documentação sobre os diversos colaboradores da publicação a partir da coleção de António Neto Alves. A sua apresentação na Culturgest, beneficiando da possibilidade dada pelo colecionador, é enriquecida por inúmera memorabilia da contracultura norte-americana, desde livros, revistas e cartazes raros ligados às personalidades que colaboraram com a revista, como Gerard Malanga, os Velvet Underground, La Monte Young, entre muitos outros.