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2018


LEITURAS
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Um Retorno aos Clássicos? Por Helena Vasconcelos
destaque
Symposium. Vaso grego c. 420 a.C. (pormenor)VER IMAGEM
QUINTAS
DE 4 JANEIRO A 15 MARÇO
Sala 1 · 18h30
Inscrições na bilheteira da Culturgest, pelo telefone
21 790 51 55 ou pelo e-mail culturgest.bilheteira@cgd.pt
Lotação: 40 participantes
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De que falamos quando falamos de um “clássico”? Como escolhê-lo, classificá-lo, analisá-lo? O que faz, de uma determinada obra literária, um “clássico”, ou seja, uma referência fundamental, bem enquadrada num “cânone”? Porque a colocamos num pedestal solene e, por vezes, majestosamente distante? Segundo Ítalo Calvino, no seu ensaio, “Porquê Ler os Clássicos?” (ed. Teorema), uma obra pode reivindicar esta categoria se o que tem para dizer nunca terminar, isto é, se possibilitar uma leitura infinita. Em termos mais “técnicos” é costume definir um “clássico” como um livro que, em primeiro lugar, resiste ao tempo – nunca menos de dez anos, segundo os especialistas – em segundo lugar, refere e discute temas universais e não particulares de uma cultura ou geografia e, em terceiro lugar, exerce uma influência duradoura sobre outros(as) escritores(as), ao longo dos séculos. É ainda Ítalo Calvino que afirma que um “clássico” não se “lê” mas “relê-se”, convocando discursos críticos mas “livrando-se continuamente deles”.

As obras escolhidas para este ciclo são algumas, entre muitas, que cabem inteiramente em tais categorias. Será tarefa desta comunidade discutir e repensar a pertinácia da universalidade das histórias bem portuguesas contidas na obra de Agustina, a não menos importante cosmogonia brasileira de Machado de Assis, o infindável questionamento ontológico do Ser em Shakespeare, as possibilidades amorosas em Goethe ou a eterna questão da confusão e transmigração dos géneros, com Woolf. Terminaremos com (um) “O Banquete” platónico que, na realidade, antecipa e pressupõe os temas já enunciados.

Com o progressivo afastamento do estudo das chamadas Humanidades das escolas, talvez seja a altura de revivificarmos, revisitarmos e honrarmos este precioso legado.

Helena Vasconcelos

 

4 de janeiro

Hamlet, William Shakespeare, ed. Assírio & Alvim, 2016

 

18 de janeiro

Dom Casmurro, Machado de Assis, ed. Alêtheia Editores, 2016

 

1 de fevereiro

As Afinidades Electivas, Johann Wolfgang Goethe, ed. Bertrand, 2017

 

15 de fevereiro

Orlando, Virgínia Woolf, ed. Relógio D’Água, 2016

 

1 de março

A Sibila, Agustina Bessa-Luís, ed. Relógio D’Água, 2017

 

15 de março

O Banquete, Platão, (O Simpósio ou do Amor), qualquer edição.

What is a “classic”? How do you choose it, classify it, analyse it? What makes a literary work part of a “canon”? According to Ítalo Calvino, a work earns this category if what it has to say never ends, if it is not just read, but “re-read”. A classic is normally defined as a book that withstands the test of time (never less than 10 years), discusses universal (and not culture-specific) themes and has a lasting influence on other writers. The books chosen for this cycle all fall into these categories, consisting of works by Agustina, Machado de Assis, Shakespeare, Goethe, Woolf and Plato.