Maria da Rocha é uma jovem violinista e violetista, de formação clássica mas com um especial e saudável interesse pelas mais diversas linguagens, particularmente materializado pelo valor que deposita em processos individuais e coletivos de composição ou de improvisação.
Particularmente ativa entre o eixo Lisboa-Berlim-Estocolmo, conta no seu currículo com residências em vários estúdios de renome na experimentação eletroacústica (tendo, em especial, trabalhado no mítico EMS da capital sueca), bem como um enigmático e fascinante disco em duo com a "eletronicista" Maria W. Horn (na incontornável editora lusa Creative Sources), feito de diálogos entre a viola de arco e o seu processamento eletrónico em tempo real.
O universo sonoro deste documento evolui para o novíssimo trabalho Beetroot, disco em solo absoluto a lançar no dia pela Shhpuma, e que constituirá a base da sua atuação na abertura do Rescaldo 2018.
Mínimo de Obstrução II é, mais que um concerto, a instauração de um lugar sonoro pluridisciplinar, no qual a palavra – literal, poética, metafórica – ocupa um espaço fundador. Peça originalmente criada por ocasião das comemorações do centenário da Conferência Futurista de Almada Negreiros, reinventa de forma aparentemente aleatória várias das preocupações – políticas, estéticas – levantadas no Ultimatum de Almada, com uma situação-ambiente como pano de fundo e fio intersetor para as afirmações e interrogações sónicas de Diana Combo, Pedro Centeno e Rafael Toral, músicos de gerações, abordagens e backgrounds distintos, unidos pela dedicação à composição em tempo real, pela atenção ao detalhe e pela minúcia do seu labor sonoro.