Já passaram vinte anos desde que Bruno Beltrão criou o Grupo de Rua, na cidade de Niterói, vizinha do Rio de Janeiro. Inicialmente dedicada ao hip-hop, a companhia fazia atuações em competições de breakdance, festivais e programas de televisão. Depois dos seus estudos em História da Arte e Filosofia na Universidade do Rio de Janeiro, Beltrão começou a procurar caminhos para levar a dança urbana para além dos seus próprios códigos e limites, introduzindo elementos estruturantes da coreografia pós-moderna no seu trabalho. O que procurava não era uma forma híbrida mas a criação de algo radicalmente novo, resultante da fusão de dois estilos de dança diferentes. Ao fazê-lo revolucionou não apenas a dança hip-hop como também a dança contemporânea, num percurso similar ao que William Forsythe percorreu na inovação do bailado clássico.
Em Inoah, os bailarinos percorrem uma distância de quase 5 km, numa coreografia que combina o virtuosismo do hip-hop com uma combinação vertiginosa de acelerações e momentos de repouso, dando ao conjunto uma qualidade dinâmica excecional e encantadora.
Introduzido na Europa pelo Alkantara Festival em 2002, Bruno Beltrão tornou-se um artista incontornável nos maiores palcos internacionais, tendo apresentado várias das suas obras em Lisboa. Foi eleito Revelação do Ano 2016 pela revista BalletTanz e em 2010 recebeu um Bessie em Nova Iorque.
20 years ago, award-winning choreographer Bruno Beltrão created the Street Group, in Niterói, dedicated to hip-hop, who performed in breakdance competitions, festivals and TV shows. Since then, he has sought to take urban dance further, introducing elements of postmodern choreography into his work, revolutionising not only hip hop, but also contemporary dance. In Inoah, his most recent creation, the dancers cover a distance of almost 5 kilometres, combining the virtuosity of hip-hop with breakneck accelerations and moments of rest, and producing an exceptionally dynamic and enchanting show.