A exposição Contra a Abstracção estrutura-se em torno de um dos principais conceitos sobre os quais repousa a articulação discursiva comum da História da Arte. Não obstante o título colocar a abstracção sob crítica e suspeita, esta exposição propõe um exercício de debate, de activação de uma linguagem que oscila continuamente entre momentos de crise e superação, criando um espaço de revisão alargada e análise plural e multidireccional do conceito, a partir de um núcleo abrangente de obras da Coleção da CGD. Esta aproximação a uma linguagem artística crucial do século XX não pretende ter um âmbito histórico mas temático, focando os seus múltiplos modelos, por vezes contraditórios, as relações magnéticas, os diálogos, os questionamentos, os desvios e as interferências que se produzem com essa tradição.
Um projecto que aborda a linguagem abstracta com uma perspectiva contemporânea, que ambiciona rever e relativizar certezas, abordar novas tensões e vislumbrar novos horizontes, estabelecendo novas pontes conceptuais entre as obras em exposição, seguindo sempre um efeito de contágio e cumplicidade entre mundos diferentes, tecendo tanto os fios visíveis como invisíveis que ligam as obras e nos conduzem de um artista a outro.
Sandra Vieira Jürgens
(a autora escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico)
Against Abstraction looks at the main concepts behind the common discourse of Art History. Not a historical, but a thematic exhibition, it focuses on art's multiple and sometimes contradictory models, its deviations from, and interferences with, tradition. Although the title calls abstraction into critical question, it seeks to start a debate, activating a language that constantly oscillates between crises and overcoming them, creating room for a broad, plural and multidirectional analysis of the concept, based on a comprehensive sample of works from the Coleção da Caixa Geral de Depósitos.
Sandra Vieira Jürgens