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2010


The White Body O Corpo Branco
de Ea Sola
A partir do Discurso da Servidão Voluntária (1548)
de Étienne de La Boétie. Para três bailarinos e um recitante.
Promovido pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
destaque
© Cie. Ea Sola
DANÇA
QUA 29, QUI 30
DE SETEMBRO
Grande Auditório
21h30 · Duração: 1h20
M12 · 18 Euros · Jovens até aos 30 anos: 5 Euros
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Folha de Sala (pdf)
CONFERÊNCIA QUA 29 18H30Corpos em protesto: reflexões sobre dança e política
Por Maria José Fazenda
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21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
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Conceito e direcção Ea Sola Música Nguyen Xuan Son Recitante Hoang Cong Dang Bailarinos Long Xuan Thanh, Ngo Thanh Phuong, Pham Chi Cuong
Co-produção Théâtre de la Ville, Paris, Hong Kong Arts Festival, Holland Festival – Auckland Festival, Grand Theatre Groningen, Companhia Ea Sola

“A natureza do homem é verdadeiramente ser livre e desejar sê-lo, contudo o seu carácter é tal que ele segue instintivamente as tendências que a sua educação lhe dita.”
Étienne de la Boétie

 

Atravessando países confucionistas convertidos à economia global, pensei em La Boétie, que tinha lançado as sementes da modernidade – não tinha visto em nenhum outro lugar um pensamento seguido colectivamente até este ponto. Este francês, este europeu, este Corpo Branco que propôs a desobediência, a recusa, o não fazer, inventando a ideia da não-violência para fugir à servidão voluntária, que pensou a liberdade que há em cada pessoa. Na minha estadia vi um indivíduo, exausto todo o ano, desprotegido, sem lazer, trabalhando sem parar. Este corpo de trabalho que, apesar de tudo, parece feliz ao caminhar pela cidade brilhantemente iluminada. A seu lado, uma criança que satisfaz os seus desejos com roupas novas e pompas e que parece também feliz. Este corpo de indústria, qual grito encurralado, que vê no divertimento um sentido de vida, a quem pertence? Quem o empurra, quem o conduz? Sob que domínio existe?
Ea Sola


Conferência realizada no âmbito deste espectáculo:
Corpos em protesto: reflexões sobre dança e política
Por Maria José Fazenda

“It is truly the nature of man to be free and to wish to be so, yet his character is such that he instinctively follows the tendencies that his education gives him.” Étienne de La Boétie

I crossed Confucian countries converted to the global economy, and I thought of La Boétie, who had sown the seeds of modernity – nowhere had I seen a thinking collectively followed to this point. This Frenchman, this European, this White Body, who had proposed the disobedience, the refusal, the non-doing, invented the concept of non-violence, to escape from the voluntary servitude, who gave consideration to the freedom that is within each one of us. I stayed on, and I saw this person, exhausted during the whole year, with no time for leisure, unprotected, working non-stop. This body of work, that nevertheless seems happy while walking through his brightly-lit city. At his sides, a child who satisfies his desires with new clothes, with electronics, and who seems happy too. This body of industry, like a trapped scream, which considers entertainment like a sense of life, who does this person belong to? Who pushes it, who leads it? Under which domination does it exist?
Ea Sola