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2011


Sergei Loznitsa


destaque
Artel, 2006
CINEMA
DE QUI 13 A DOM 16
DE JANEIRO
Pequeno Auditório
3,5 Euros (preço único)
Todos os filmes serão apresentados em versão original, com legendas em inglês e português
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
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apoio
Programação Zero em Comportamento, Associação Cultural

Nascido na Bielorrússia, quando esta ainda fazia parte da União Soviética, Sergei Loznitsa foi desde cedo encorajado pelos pais, ambos matemáticos, a ocupar-se de estudos técnicos, que seguiu, até 1991, na área da cibernética e da inteligência artificial. A fotografia, uma velha amiga de infância, e os livros de filosofia e arte pelos quais sempre cultivou o fascínio, conduziram-no nesse mesmo ano ao Instituto de Cinema (VGIK) em Moscovo, onde frequentou o estúdio de Nana Dzhordzhadze. Após o primeiro filme, Today We Are Going to Build a House, co-realizado com Marat Mangabetov, seguiu-se Life, Autumn. My Joy, a sua primeira ficção, apresentada em competição no Festival de Cannes de 2010, veio juntar-se a uma lista prolífica de documentários, elogiados e premiados em inúmeros festivais, que compõem uma obra coerente, equilibrada e singular, de cariz marcadamente experimental.
Apesar da sua mudança para a Alemanha em 2001, todos os seus filmes evocam, nos temas, situações e na textura particular que resulta de um uso criterioso quer do preto e branco quer da cor, bem como da banda sonora que integra activamente a dramaturgia, uma Rússia de poemas e histórias, sonhadora, idealista, mas também fria, agreste, nem sempre em condições de pôr em prática os princípios mais nobres. Não fosse Bresson um dos seus cineastas de eleição, Loznitsa encontra numa certa distância do objecto filmado um modo de conservação da sua verdadeira essência e das emoções e pulsões que habitam sub-repticiamente a imagem, convidando a ver para além das aparências.

Sergei Loznitsa estará em Lisboa para acompanhar esta retrospectiva e apresentar as sessões dos seus filmes.

 

 

Programa

 

Quinta-feira 13 · 21h30

 

My Joy
Alemanha/Ucrânia/Holanda, 2010, 127’, HDCam
Num dia normal de trabalho, um camionista faz um desvio errado e acaba por ser sugado para o interior de uma pequena aldeia russa, onde o instinto se sobrepõe ao senso comum.

 

Sexta-feira 14 · 18h30

 

Today We Are Going to Build a House
Realização de Sergei Loznitsa e Marat Magambetov, Rússia, 1996, 28’, 35mm
Construir uma casa sem habitá-la, nem nos momentos de descanso? Até os materiais que lhe dão forma parecem ter vida própria, enquanto dançam ao som da música. Finda a obra, fica o vazio em tom de convite.

 

Life, Autumn
Realização de Sergei Loznitsa e Marat Magambetov, Rússia, 1998, 34’, 35mm
Os camponeses contam histórias da sua aldeia. Histórias sobre a família, os amigos, o tempo, a morte, a felicidade e a perda. As mulheres cantam canções populares e a vida de gerações celebra-se no ecrã.

 

The Train Stop
Rússia, 2000, 25’, 35mm
Na sala de espera da estação de comboios, a fronteira entre o sono e a vigília é mais do que uma linha que se atravessa para um dos lados. Ela é um abismo onde repousa uma outra leitura da realidade.

 

Sexta-feira 14 · 21h30

 

Settlement
Rússia, 2001, 80’, 35mm
De visita ao povo de uma aldeia estranha, há sempre mais para descobrir do que parece à primeira vista. Só com o tempo se consegue chegar mais perto e reaprender o que é a normalidade.

 

Sábado 15 · 16h00

 

Portrait
Rússia, 2002, 28’, 35mm
Retratos em movimento. Congela-se o tempo mas permanece a acção e, na tentativa de permanecer imóvel, o modelo dobra-se sobre si próprio, devolvendo ao espectador uma impressão de espelho.

 

Landscape
Rússia/Alemanha, 2003, 60’, 35mm
Um grupo de pessoas espera o autocarro. A câmara percorre o espaço e cruza-se com o olhar fugidio dos futuros passageiros, enquanto apanha conversas no ar. A paisagem é o ponto de partida e de chegada.

 

Sábado 15 · 18h30

 

Factory
Rússia, 2004, 30’, 35mm
O trabalho na fábrica não requer palavras. Ali o discurso é substituído pelos mesmos movimentos, repetidos até à dissolução num todo homogéneo, quase viciante, que garante a eficácia.

 

Blockade
Rússia, 2005, 52’, 35mm
Uma recriação documental do cerco a Leninegrado, o mais longo da 2ª Guerra Mundial. O espectador é também um participante de cada um dos episódios, pela força da banda sonora que vivifica as imagens.

 

Sábado 15 · 21h30

 

Artel
Rússia, 2006, 30’, Digibeta
Numa planície gelada da Rússia, a luta pela sobrevivência compõe-se de pequenas tarefas, e o silêncio do inverno é interrompido por sons banais que reinam na quietude rotineira da pesca no gelo.

 

Northern Light
França, 2008, 52’, Digibeta
Apesar das noites glaciais do Norte, a aldeia de Soumskiy Pozad é invadida por algumas horas de luz, na véspera da Páscoa. Revive-se assim a Rússia de Tchekhov: fria e dilacerada mas, ainda assim, feliz.

 

Domingo 16 · 18h30

 

Revue
Alemanha/Rússia, 2008, 83’, 35mm
Um compêndio da vida soviética dos anos 50 e 60. As imagens de arquivo ilustram a indústria, agricultura, vida política e ritos sociais que traduzem o trabalho interminável de aproximação a um mundo ideal.


Born in Byelorussia when it was part of the USSR, Sergei Loznitsa studied cybernetics and artificial intelligence, until he entered the VGIK Film Institute in Moscow in 1991. His first film, Today We Are Going to Build a House, co-directed with Marat Mangabetov, was followed by Life, Autumn. His first fictional film, My Joy, was shown at the 2010 Cannes Festival, following a prolific output of award-winning documentaries.
He moved to Germany in 2001, but all of his films evoke the Russia of idealistic poems and stories, as well as its cold and harshness. Loznitsa keeps a distance from his subjects to preserve their essence. He will be in Lisbon for this retrospective, and to present the screenings of his films.