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2011


Não Gosto
(Quatro Conferências)
por Jorge Silva Melo
destaque
Jorge Silva Melo em Vermeer et Spinoza de Gilles Aillaud, enc. Jean Jourdheuil e Jean-François Peyret, Paris, 1984
CONFERÊNCIAS
SEGUNDAS-FEIRAS
26 DE SETEMBRO
10 E 17 DE OUTUBRO
7 DE NOVEMBRO
Pequeno Auditório
18h30 · Entrada gratuita
Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início da sessão, no limite dos lugares disponíveis. Máximo: 2 senhas por pessoa.
Mais info
26 de Setembro
- Flyer (pdf)
- Resumo da conferência (pdf)
10 de Outubro
- Flyer (pdf)
17 de Outubro
- Flyer (pdf)
7 de Novembro
- Flyer (pdf)
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
Tripadvisor
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Je suis snob
Boris Vian

 

Já lá vão mais de 50 anos a ver e, mais tarde, a fazer teatro. Desde Mar de Miguel Torga, pelo TEP (em 1960? 61?), encenação de António Pedro, com a minha depois amiga Dalila Rocha, no Teatro Variedades, até ao Não se brinca com o amor de Alfred de Musset (esse que se perguntou “Com que sonham as raparigas?”), que estreamos em Viseu, em Setembro de 2011. E já vi passar tanta coisa, críticos que surgiram, aterrorizaram as hostes durante nove meses e desapareceram ou se tornaram directores de televisões (sim, sim), amigos que foram ministros, ministros que se tornaram inimigos, programadores que não sei quem os inventou, directores de teatro, directores-gerais que encontro, frustrados, impotentes, reformados, tanta gente que andou pelas estreias (“hoje está cá fulano”, até se diz nos camarins, como se isso fosse determinante) e se foi indo embora. E que deixaram? Apetece-me lembrar-me dos seus percursos (alguns), das suas promessas, das suas derrotas, das suas ilusões, dos seus fracassos. E dizer que não gosto, não gosto mesmo nada, não gostei nem gosto. Não gosto dos críticos que temos (e dos que tivemos?), não gosto dos programadores-autores (que temos e teremos?), dos ministros, directores-gerais sempre nomeados que nem Sísifos e a refazer leis que nem Penélope eliminando pretendentes, não gosto. Não digo das pessoas, até há de quem gosto e gostarei: é das funções, do tempo que perdem, do tempo que fazem perder, do mundo que tapam. Por isso vou dizer tudo e espero que olhos nos olhos. E, porque gosto de happy-ends, dizer que gosto, gosto de actores, actrizes, técnicos.
Jorge Silva Melo

 

 

26 de Setembro
Não gosto dos críticos, não gosto

 

10 de Outubro
Não gosto de programadores, não sei o que fazem

 

17 de Outubro
Não gosto de ministros, secretários, chefes de gabinete, vereadores, assessores, directores-gerais e em geral

 

7 de Novembro
Gosto de actores, ai de mim

In more than 50 years of theatre, I’ve seen so many comings and goings – critics becoming directors of TV channels, friends who were ministers, ministers who became enemies, theatre managers, directors-general, frustrated, impotent and retired… And what have they left us? I want to remember their careers, promises, defeats, illusions and weaknesses… and say that I don’t like it. I don’t like the critics we have (or had), the programmers, ministers, directors-general… I’m not talking about the people – it’s their jobs, the time that’s wasted I don’t like. I like the actors and technicians.
Jorge Silva Melo