Les Estivants põe em cena um grupo de amigos russos que passam o verão juntos numa datcha. As conversas giram em torno da educação dos filhos, do amor, do casamento, da literatura, da vida... Bebe-se chá, fala-se e brinca-se, aproveita-se a água e o sol. E no entanto, há qualquer coisa que se anda a tramar. Este círculo de iluminados notórios, todos membros da burguesia, da intelligentsia russa, não pode esconder um grande nervosismo. Enquanto esperam para ver a sua vida completamente de pantanas, agarram-se uns aos outros e defendem com fanatismo a sua posição periclitante.
Maxim Gorki escreveu a peça em 1905. A narrativa dramatiza a vida da classe média russa, bem como a sua atitude diante das mudanças sociais do início do século XX.
Uma das principais companhias europeias, os STAN são presença habitual nos palcos de Lisboa: em 2012 estrearam Mademoiselle Else de Schnitzler no alkantara festival e Nora de Ibsen no Teatro Maria Matos. Na Culturgest apresentaram of/niet de Ayckbourn/Pinter em 2009, ANATHEMA de José Luís Peixoto em 2007 e Berenice de Racine em 2005.
Você fala sempre da “vida”. Mas o que é a vida? Cada vez que diz essa palavra, vejo um monstro imenso e informe que exige sem cessar novos sacrifícios. Dia após dia, devora o homem e bebe-lhe o sangue. Porquê? Não deteto sentido nenhum. Mas sei que à medida que o homem avança na vida, vê cada vez mais banalidade, sujidade e barbárie à sua volta, e tem cada vez mais sede de beleza, de simplicidade e de pureza.
Riumine em Les Estivants