Gonçalo Pereira, músico lisboeta, surgiu publicamente como principal compositor e nome responsável pelo coletivo How Comes the Constellations Shine, cuja abordagem ao cânone do que veio a ser convencionado como
post-rock se centrava na sua faceta mais outonal, solene e lírica. O nome Diamond Gloss vem reafirmar o seu estatuto de artista a solo e o incorporar de novas influências na sua música. O álbum
Bears, editado em 2012 pela norte-americana Fluttery Records, revela elementos mais próximos de uma certa corrente neoclássica, da revitalização
idm/ambient por via de uns Múm ou Helios, ou da sagacidade e ambição (micro) orquestral de uns Sigur Rós, e uma palete emocional que privilegia mais a contemplação estática que a solenidade sorumbática.
dgloss.bandcamp.com
Filho da Mãe
Guitarra Rui Carvalho
Sobram poucos adjetivos para descrever a rapidíssima ascensão, no ano que passou, de Rui Carvalho, aka Filho da Mãe, a um patamar de quase unanimidade acerca do caráter imprescindível e desarmante da sua música. Guitarrista de passado elétrico e crescimento no seio da comunidade sónica hardcore de Lisboa (nos If Lucy Fell), a adoção do nome Filho da Mãe marca a passagem a um universo acústico e assinala uma metamorfose assombrosa de beleza, sensibilidade e sentido: o disco Palácio, editado pela Rastilho, inquieta e pacifica em doses iguais, seja por via de um apurado domínio técnico, seja pelo lirismo refratário e vertiginoso dos seus fraseados, seja pelo ondular contínuo das suas linhas poéticas, que de alguma forma deixam passar um certo caráter de portugalidade, abstrata sim, mas reconhecível, de todo o modo, a um nível primordial: o das emoções.
filhodamae.bandcamp.com
vimeo.com/42188347