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2014


TEATRO
Le Capital
O Capital de Karl Marx
Encenação de Sylvain Creuzevault
Integrado no Alkantara Festival
destaque
© Marine Fromanger (pormenor)VER IMAGEM
SEX 6, SÁB 7, DOM 8
DE JUNHO
Palco do Grande Auditório
21h30 · Duração aprox. 2h30
14€ · Até aos 30 anos: 5€
M12
Em francês com legendas em português

Folha de sala (pdf)
Informações
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
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apoio
Com Vincent Arot, Benoit Carré, Antoine Cegarra, Pierre Devérines, Lionel Dray, Arthur Igual, Clémence Jeanguillaume, Lucette Lacaille, Léo-Antonin Lutinier, Frédéric Noaille, Amandine Pudlo, Sylvain Sounier, Julien Villa, Noémie Zurletti Luz Vyara Stefanova e Nathalie Perrier Cenografia Julia Kravtsova Figurinos Pauline Kieffer e Camille Pénager Máscaras Loïc Nébréda Produção e difusão Élodie Régibier Co-produção Nouveau Théâtre d'Angers – centre dramatique national Pays de la Loire, La Colline – théâtre national, Festival d'Automne à Paris, Comédie de Valence – centre dramatique national Drôme Ardèche, La Criée – théâtre national de Marseille, Le Parvis – scène nationale Tarbes Pyrénées, Printemps des comédiens, MC2: Grenoble, La Filature – scène nationale de Mulhouse, L'Archipel – scène nationale de Perpignan, Théâtre national de Bruxelles, Le Cratère – scène nationale d'Alès, Scènes croisées de Lozère, GREC 2014 Festival de Barcelona, TnBA – Théâtre national de Bordeaux en Aquitaine, NXTSTP (com o apoio do Programa Cultural da União Europeia) Apoio Théâtre Garonne e Théâtre national de Toulouse, Direction générale de la création artistique du Ministère de la Culture et de la Communication, Institut français no âmbito do programa TransARTE, do Institut français du Portugal e da Embaixada de França em Portugal

Sylvain Creuzevault e os seus camaradas regressam a Lisboa e à Culturgest depois de Notre terreur (um dos melhores espetáculos de 2010 para o Público). À Revolução Francesa seguem-se as estruturas secretas do modo de produção capitalista que orquestram os cantos harmoniosos e desarmónicos da nossa vida social, tendo por intermediário o mui shakespeariano Karl Marx e a sua ópera de crítica e inteligência, O Capital. Será Inferno, será Paraíso? Garantiram-nos que será uma Difícil Comédia.

Quem não sonhou com O Capital? Quem não teve com ele pesadelos? Texto dolorosamente elaborado e inacabado, fruto de um trabalho extraordinário, editado em 1867, canto inaugural das consciências proletárias e dos combates socialistas revolucionários – manual de método crítico desenfreado para uns, para outros bom para os caixotes do lixo da História; na verdade muito pouco conhecido pela maior parte das novas gerações. Aqui, O Capital é um nó a desfazer. Desvios da imaginação, escrita difícil, colocação em situação de categorias teóricas, transformação da crítica em teatro, exigência da paixão, mas também exercício do humor negro. Diz Creuzevault: "Não se tratará de sonhos, nem de utopia; e quanto ao teatro político é como a relação sexual, também não vai haver! Vai ser uma comédia, pura, dura." E isto com as monstruosidades inconcebíveis de que é capaz o vampiro mundial na sua força histórica.

Vamos reencontrá-los, a sua palavra é franca, têm bom humor e as suas mulheres são muito belas.

 

 

À primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa trivial e que se compreende por si mesma. Constata-se ao analisá-la que é uma coisa extremamente complicada, cheia de subtilezas metafísicas e de caprichos teológicos. (...) A mesa continua a ser madeira, coisa sensível vulgar. Mas a partir do momento em que entra em cena como mercadoria, transforma-se numa coisa sensível suprassensível. Não se limita a ficar levantada com os pés no chão, mas põe-se de cabeça para baixo, face a todas as outras mercadorias, e tira da sua cabecinha de madeira toda uma série de quimeras que nos surpreendem ainda mais do que se, sem perguntar a ninguém, se pusesse de repente a dançar.

Karl Marx, O Capital, Livro I, capítulo 1.

Sylvain Creuzevault and his comrades return to Lisbon after Notre terreur (2010). The French Revolution is now followed by the secret structures of the capitalist means of production, which orchestrate the harmonious and discordant songs of our social life, with the highly Shakespearean Karl Marx and his opera of criticism and intelligence, Das Kapital, serving as an intermediary. Is it Hell? Or is it Heaven? We have been assured that it will be a Difficult Comedy. Flights of the imagination, difficult writing, staging of theoretical categories, transforming criticism into theatre, the demands of passion, but also an exercise in black comedy.