Entrada de grupos de 15 pessoas, de 30 em 30 min.
Em português. Versão em inglês disponível mediante marcação.
Folha de sala (pdf)
Um sistema automatizado dirigido por voz e inspirado na gestão de armazém fica com a voz de uma criança. O enorme vazio de um teatro grande e adormecido torna-se um "espaço de produção". Aos espectadores é dado o papel de figurantes, com lanternas e coletes de alta visibilidade, atravessando o ciclo da "produção" em grupos de quinze: 30 minutos na plateia, 30 em palco.
A voz sintética e por vezes melancólica que os guia através de auscultadores parece vir do sistema de som da sala, mas nada é partilhado. A coletividade é uma ilusão, e este público fica fragmentado, à deriva ou aparentemente a dormir, ligado a faixas de áudio separadas, à espera de ensaiar o abandono, experimentar a impotência. Este processo decididamente não-eficiente, cíclico e alucinatório está a ser sonhado pelo sistema ou pelos "figurantes" (ou por ambos)?
Ant Hampton tem-se especializado em propostas em que os espectadores são os únicos intérpretes (Autoteatro), entre as quais The Quiet Volume (com Tim Etchells), apresentado em 2012 na Culturgest / Alkantara Festival.
The Extra People é na verdade bastante perigoso, não para o público mas para noções de representação e participação (…), mergulhando-nos profundamente na realidade social e económica que define os nossos tempos: vazia, desligada, controlada, vagamente ameaçadora e muito pública: num palco, na verdade. Quando nos preparamos para sair, entra outro grupo e o espetáculo continua.
Molly Grogan, Exeunt Magazine, 6 de outubro de 2015