Por todo o ano andámos, discretamente, a comemorar o 20º aniversário, convidando artistas e criadores com quem temos tido uma relação mais constante ao longo desta vida. Chegou a altura de umas comemorações mais formais porque foi em 11 de outubro que a Culturgest teve as suas primeiras atividades públicas. Festejamos em dois momentos diferentes.
Neste primeiro fim de semana oferecemos ao público performances coreográficas, instalações/performance, um trabalho em progresso de Vera Mantero, espetáculos de teatro, esboço preparatório de um espetáculo a apresentar em 2014, curtas peças musicais de compositores portugueses, incluindo a estreia absoluta de uma encomenda a Andreia Pinto-Correia. E no final, música na cafetaria para podermos conviver uns com os outros, público, artistas, organizadores.
Há vários percursos possíveis, não dá para ver tudo no mesmo dia. Não há bilhetes pagos, mas tem de se levantar senhas na bilheteira para os espetáculos com lotação fixa.
São exemplos, bons exemplos, de diversas expressões artísticas que ao longo da nossa vida temos apresentado. Esperamos que venham festejar connosco.
Programa
Das 19h às 20h
Mais Pra Menos Que Pra Mais (trabalho em progresso)
de vera mantero & convidados
Instalação/Performance Grande Auditório (54 lugares)
corpo fechado > economia capitalista. corpo aberto > economia alternativa? ou é: economia alternativa > corpo aberto? corpo dom. um corpo a descombinar do capital. a descombinar das intenções do haver e das necessidades do dever. um corpo que desacumule. que desconsuma. que desarme. descomunal. inobjectivo. etiqueta: forma de submissão à Lotaria da História. baixar a bolinha, ter vergonha de ser bicho. o mundo não é uma mercadoria. e o tesão também não.
Das 19h às 19h40
Interpretação (trabalho em progresso)
de Jacinto Lucas Pires e Tiago Rodrigues (Mundo Perfeito)
Teatro Pequeno Auditório (145 lugares)
Um homem é intérprete na Europa. Nas instituições europeias, atrás de um vidro, com um microfone à frente. Contra a sua história, os espantosos factos da História. A grande narrativa europeia e um homem real, em simultâneo. A Europa é um corpo sentado? Que palavra nos poderá fazer levantar? Um homem no centro de um tornado; uma espiral de línguas, perguntas aos milhões. Os nacionalismos ou a união, os mercados ou a política, a guerra ou a paz? Comecemos pelo fim, um homem em grande plano: o vazio da morte ou o amor, o amor, o amor que fura os tempos?
Jacinto Lucas Pires escreve para Tiago Rodrigues encenar. Estas apresentações preparam um espetáculo a estrear na Culturgest em 2014.
Das 19h50 às 20h05 (só sábado e domingo)
Miniconcerto I por Solistas da Orchestrutopica
Música Átrio de entrada
Promenade (2007) de Filipe Esteves, para clarinete
The Panic Flirt (1992) de Alexandre Delgado, para flauta solo
Das 20h15 às 21h25
The Oh Fuck Moment O Momento Ai Merda
de Hannah Walker e Chris Thorpe
Teatro Sala 6 (25 lugares)
Fizeste merda. E agora? Às vezes, a merda é tão grande que não há volta a dar. A poeta Hannah Walker e o criador teatral Chris Thorpe (que escreveu Overdrama para a Mala Voadora na Culturgest em 2011) examinam as entranhas poéticas dos erros num pacote de palavras e luzes fluorescentes.
Fazer merda é o momento mais verdadeiro, engraçado e assustador que se pode experimentar. The Oh Fuck Moment é uma conversa à volta de uma mesa para almas corajosas levantarem a mão e confessarem que fizeram merda, ou para as pessoas se rirem de nós porque o fizemos.
Lyn Gardner, no Guardian, deu quatro estrelas a este espetáculo e chamou-lhe “uma celebração brilhante dos nossos erros”.
Das 20h30 às 22h30
Purgatório de Ana Borralho & João Galante
Instalação/Performance Sala 1 · É possível entrar e sair da sala
Segundo várias religiões, Purgatório é a condição e processo de purificação ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o reino dos céus… Alguns acreditam na possibilidade de purificação das almas dos mortos, através das orações dos vivos… Purgatório, é o espaço intermediário entre o paraíso e o inferno, lugar para onde são enviadas as pessoas que cometeram pecados ‘leves’, menos graves, os ‘arrependidos’… no Purgatório as almas assistem às punições das outras almas que por pecarem mais ‘intensamente’ foram para o inferno…
Das 20h30 às 22h
de Min Kyoung Lee e João dos Santos Martins
Dança Garagem (96 lugares)
Le Sacre du Printemps (2013) é uma performance coreográfica que explora a sedução e irresistibilidade do ato de dançar – até à morte – a partir da sua exposição pública. Toma como referência Le Sacre du Printemps (1913) de Vaslav Nijinsky, a mítica coreografia ausente, e as suas inúmeras versões realizadas nos cem anos subsequentes. Dialogando com a história da dança e reexaminando a cerimónia contemporânea junto da comunidade do teatro, Le Sacre du Printemps (2013) é uma obra que testa o significado e papel da dança, do sacrifício, do prazer e da morte. Dance we do, and dance we must. Entre a vida e a morte, este é um evento sem ensaio geral.
Das 21h35 às 21h45 (só sábado e domingo)
Miniconcerto II por Solistas da Orchestrutopica
Música Átrio de entrada
Inseto Xilófago (2007) e Bicho Pau (2013, estreia absoluta)
de João Godinho, para marimba
Das 22h30 às 22h50
Música Sala 2 (100 lugares)
Seekers of the Truth (GI Gurdjieff) (2013, estreia absoluta)
de José Júlio Lopes, para violoncelo e clarinete baixo
Sobre um quadro de Júlio Pomar: “Fernando Pessoa encontra D. Sebastião num caixão sobre um burro ajaezado à andaluza", (2013) de Andreia Pinto-Correia, para flauta e violoncelo (estreia absoluta, encomenda da Culturgest)
Das 23h às 00h10
The Oh Fuck Moment O Momento Ai Merda
de Hannah Walker e Chris Thorpe
Teatro Sala 6 (25 lugares)
Das 23h às 00h
Away Uniform Equipamento Alternativo
de Tina Satter (Half Straddle)
Teatro Palco do Grande Auditório (144 lugares)
Humor inquietante, inventividade física e a busca da transcendência nos momentos mais ínfimos caracterizam uma peça que constrói um lugar à parte, onde os exercícios desportivos, a recriação ritualística e a fusão continuada de passado, presente e futuro individuais parecem perturbadoramente necessários e de certa forma acolhedores.
A escritora e encenadora Tina Satter serve-se de uma abordagem poética à linguagem e aos sentimentos do desporto como camada textual para criar um mundo nas pradarias americanas onde duas raparigas reconstroem a família e a amizade.
O espetáculo conta com os reconhecidos performers nova-iorquinos Pete Simpson, Jess Barbagallo e Emily Davis, apoiados pela banda-sonora original de Chris Giarmo.
A partir das 22h
Música escolhida por artistas e organizadores.
Na Cafetaria da Culturgest.