"À noite todos os gatos são pardos" é um provérbio muitas vezes usado em rimas e em histórias infantis. Este provérbio inspira-se, antes de mais, num fenómeno fisiológico: à noite, quando a luz é fraca, os três tipos de cones da nossa retina, que são responsáveis pela visão diurna, não têm sensibilidade suficiente. Os bastonetes, que permitem a visão noturna, substituem-nos, mas só há um tipo que permite distinguir as cores. Assim, todos gatos, seja qual for a sua verdadeira cor, parecem pardos. Sem iluminar os factos não se podem tirar conclusões, porque todas as coisas se assemelham. Deixa de haver belo, ou feio, ou bom ou mau. A peça La nuit tous les chats sont gris (à noite todos os gatos são pardos) procura reinventar a perceção e interpretação do movimento coreográfico numa quase penumbra. Este projeto visa criar uma multitude de sensações perante um ato coreográfico sem narrativa explícita.
Laurence Yadi e Nicolas Cantillon
Desde a criação da Companhia 7273 (2003), Laurence Yadi e Nicolas Cantillon criaram cerca de vinte peças coreográficas, e todas elas tiveram digressões internacionais (a Culturgest apresentou Simple Proposition e Climax em 2006 e Romance-s em 2011). Dirigem regularmente workshops na Suíça e no estrangeiro, e são frequentemente convidados para dar aulas a jovens bailarinos em formação profissional. Receberam o Swiss Prize for Dance and Choreography e o prémio da Fondation Lietchi for the Arts.